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domingo, 12 de agosto de 2012

O segredo da Ambev

Confira uma parte da excelente matéria feita pela revista Isto É Dinheiro no mês de julho/2012, que exibe  de forma clara o potencial do Brasil no setor de bebidas, uma evidente monopolização do mercado, o porquê do governo atual estar agindo como um devorador de impostos e a possibilidade de fragmentação deste mercado.


Por Rosenildo Gomes FERREIRA
A Ambev se tornou a empresa privada de maior valor de mercado entre as companhias negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Essa posição se cristalizou nos últimos quatro meses, quando a empresa superou, de forma contínua e consistente, a poderosa Vale. Levando-se em conta o fechamento do pregão da quinta-feira 26, a dona de Antarctica, Skol e Brahma vale R$ 215,14 bilhões, enquanto a mineradora está avaliada em R$ 184,6 bilhões. Mais. A cervejaria brasileira também está se aproximando de sua controladora, a AB Inbev (R$ 255,7 bilhões). Mesmo para os gestores da Ambev, acostumados a lidar com cifras superlativas, esse feito é relevante. 

“Em um ambiente desafiador, a musculatura financeira e o portfólio de marcas da Ambev funcionam como um diferencial em relação à concorrência”, afirma Ricardo Boiati, analista de consumo, varejo e bebidas da Bradesco Corretora. Pelo lado das despesas, a companhia, conhecida por sua obsessão em relação aos custos, tratou de reduzi-los ainda mais. Fez isso por meio da ampliação dos leilões eletrônicos para aquisições de insumos. O sistema, que era usado somente para comprar itens como mesas e cadeiras distribuídas para os bares, foi estendido para todas as 20 categorias de produtos adquiridos pela cervejaria, incluindo matérias-primas nobres, como o malte. A metodologia e a capacitação dos fornecedores foram desenvolvidas pelos executivos da Ambev.

Os analistas também destacam a política de hedge cambial adotada pela Ambev, cujos contratos são assinados por um período médio de 12 meses. “Isso a protege das oscilações do dólar”, afirma o analista do Itaú BBA. Para se manter na trilha do crescimento, o presidente da Ambev definiu como prioridade a manutenção de boa parte dos investimentos, estimados em R$ 2,5 bilhões em 2012, na região batizada por ele de Noneco, junção das siglas de Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A meta é privilegiar o Nordeste, onde o consumo da maioria dos produtos, inclusive de bebidas, vem crescendo acima da média nacional. 

De acordo com a consultoria Lafis, de São Paulo, os nordestinos beberam um volume 7,4% maior de cerveja no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2011. No Sudeste, o avanço foi de apenas 4,2%. “Trata-se de um mercado mais maduro e, por isso, é natural que as taxas sejam menores”, afirma a analista Ana Carolina Boyadjian, especialista em bebidas da Lafis. O Nordeste é hoje o segundo maior mercado de cerveja, com 19,1% da receita de R$ 22,3 bilhões obtida pelo setor no primeiro semestre deste ano. Para aproveitar ainda mais esse boom, a Ambev está reforçando suas trincheiras na região. Em 16 de julho, Castro Neves foi a São Luís para cortar a fita de inauguração da fábrica e do centro de distribuição.
 
“O domínio da Ambev é ruim para o consumidor”, afirma Ana Carolina, da Lafis. “Como a empresa possui a maior fatia do mercado, ela dita os preços e acaba sendo seguida pelas rivais.” O mercado cervejeiro está acostumado às brigas entre as empresas, que resultaram em processos no Cade, encarregado de zelar pela concorrência. A Ambev já respondeu a 22 processos, a Schincariol foi ré em dez ações, a Petrópolis em seis e a Heineken em três. Todos eles acabaram sendo arquivados. Segundo empresários do setor, a chegada de Kirin e da Heineken também serviu para uma mudança no nível da concorrência. “Os chutes na canela têm sido cada vez mais raros”, diz um empresário. É agora que o modelo Ambev deve ser mais exigido. 

Veja a matéria completa AQUI.

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