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terça-feira, 26 de julho de 2011

Degustação: Flying Dog Gonzo

Esta Flying Dog é mais um exemplo de que a singela fórmula água, malte, lúpulo e cevada, prova que a criatividade não tem limite e que nós somos o que criamos. "Quem disse que cachorro não pode voar? Então, não duvide", esta é a filosofia desta empresa. 

A Gonzo Imperial Porter, é uma cerveja da linha 'Canis Major' do fabricante, nome inspirado na constelação homônima, que traça um dos cães que acompanha Órion, o grande caçador. Uma referência a formação da constelação vem estampada na tampinha da garrafa.

Seu rótulo, nada menos que original, como de costume, traz uma homenagem  ao jornalista e escritor Hunter S. Thompson, com uma espécie de retrato póstumo do mesmo. Ele foi o criador do estilo Gonzo de jornalismo.

Características:

Aparência: cor preta. Creme marrom, aparência cremosa, bom volume e boa duração.
Aroma: proeminente, lúpulo e malte tostado, leve frutado, baunilha e álcool.

Sabor: lúpulo, maltes tostados, álcool. Encorpada, média/alta carbonatação, final amargo.


Percepções pessoais:

Cerveja de aparência magnífica, com um belo colarinho e um aroma fluente, que tomou o ambiente com fortes notas malte tostado e um forte lúpulo, acrescentando ao estilo. Notas de baunilha e frutado levam ao aroma uma boa complexidade. 

O sabor é intenso, com um ataque de lúpulo muito bem equilibrado com o álcool, em um conjunto onde o alto teor aquece as notas tostadas e o forte lúpulo confere um amargor notável e refrescante. Ela é forte, bem forte, mas não agride. Com muito corpo, ela "enche a boca", dotada de textura densa, quase licorosa, mas sem perder uma dose de cremosidade. O álcool é perceptível e bem inserido. A sensação é muito boa, refrescante e saciante, além do que foi apresentado no aroma ela acrescenta chocolate.  O final é amargo e duradouro. Boa drinkability para o estilo, mas necessita ser degustada pacientemente.  Ótima esperiência. Nota:9,5.


Curiosidades:

"Gonzo Journalism é um formato extremamente peculiar de se fazer uma reportagem, desde a captação dos dados até a sua redação. Assim como o New Journalism, o Gonzo Journalism é um movimento que carece de manifestos ou regras. Desta forma, existem várias definições para o estilo de reportagem criado e desenvolvido por Hunter S. Thompson a partir do seu artigo sobre o Kentucky Derby para a Scanlan's Monthly. O próprio Thompson tem mais de uma definição para Gonzo Journalism, sendo a mais famosa:

Um estilo de reportagem baseada na idéia do escritor William Faulkner segundo a qual a melhor ficção é muito infinitamente mais verdadeira que qualquer tipo de jornalismo – e os melhores jornalistas sempre souberam disso. (apud Burns, 2001)"

"O Gonzo jornalista não se contenta em observar ou recolher depoimentos de pessoas que vivenciaram determinadas experiências. Para oferecer uma maior dimensão de informações, ele próprio precisa viver a experiência. Tornando-se parte do objeto de sua reportagem, o Gonzo jornalista acaba interferindo - ainda que involuntariamente - no destino da história. "

Fonte:http://www.qualquer.org/gonzo/monogonzo/


Informações Adicionais:
Comprada em: 15/05/11
Degustada em: 26/06/11
Validade: 14/02/2012
Origem: USA.
Família: ALE
Tipo:Imperial Porter
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Graduação Alcoólica: 7,8%
IBU: 85
Temperatura ideal: 8 a 12º C
Site: http://flyingdogales.com
Copo:  Tulipa, caldereta.
Preço: R$ 19,90 - 355ml

Custo benefício:  Regular. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Degustação: Backer Trigo

Fabricada pela Cervejaria Três Lobos, fundada em 1998, esta Weiss nacional não faz feio e cai muito bem com a culinária alemã. 

Características:


Aparência: coloração amarela, turva. Média formação e duração do creme.

Aroma: banana, cítrico, fermento, leve cravo. Doce.

Sabor: mel, fermento, banana, cítrico e cravo. Doce. Carbonatação média. Corpo leve, final doce, curto. Boa drinkability.

Percepções pessoais:

Antes de abri-la pode-se perceber o acúmulo de  sedimentos ao fundo da garrafa, que se misturaram como um véu ao ser despejada. No copo, ela formou um colarinho mediano, não tão robusto como o esperado para o estilo. O aroma se desprende bem e apresenta uma cerveja doce, com ênfase em ésteres frutados, fermento e fenóis de cravo em segundo plano. O sabor  com tons suaves de mel, em seguida apresentam-se os tons cítricos, banana, cravo e um leve toque ácido. Sua textura é macia e o final menos doce. 

É uma cerveja dentro da média, ainda mais em um estilo onde poucas se destacam. Boa experiência, mas sem surpresas. Nota:6,75.

Informações Adicionais:


Origem: Brasil.
Família: Ale.
Tipo: 
Weiss.
Graduação Alcoólica: 5%
Temperatura ideal: 5 a  7º C.
Site: http://cervejariabacker.com.br
Copo:  Weizen.
Preço médio: R$ 5,00 - 355ml
Custo benefício:  Bom.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os Segredos do Colarinho

Colarinho, espuma ou creme, são seus nomes. Sua importância, normalmente, é o primeiro conhecimento que se adquiri sobre cultura cervejeira entretanto, sua utilidade ainda é muito mitigada no meio das cervejas de massa e sua presença chega a irritar alguns consumidores, achando que a cada copo estão sendo 'usurpados' preciosos mililitros de cerveja. Na Europa é comum  os copos virem com a marcação de 'ml' estampada no vidro, deixando explícito o espaço reservado ao colarinho. No Brasil os copo também tem essa margem, mas não têm a marcação de mililitros.  

creme surge através da liberação de dióxido de carbono (co²) que é dissolvido sob pressão no líquido, o CO² se reúni por aglutinação a moléculas de proteína, formando uma camada elástica sobre as bolhas que ao se acumularem formam o famoso colarinho. Ao se inclinar o copo durante o derramamento do líquido, tem-se menos formação de creme pois ao aumentar a área de contato inicial com o copo é facilitada a  fuga do CO². Para uma perfeita formação de creme, é necessário que o copo esteja bem limpo, sem resíduos e seco.

A textura, duração, coloração e tamanho do creme variam conforme as particularidades de cada cerveja e do copo. As de trigo tendem a ter um colarinho mais extenso e de fácil formação,  requerem copos mais longos e com bordas largas. O álcool desestabiliza as moléculas de proteína, consequentemente cervejas mais alcoólicas tem uma presença mais breve de creme.   A expressão "colarinho branco" não é regra aqui, mas sim que o creme seja apenas mais claro que a cerveja, podendo ser de branco a marrom. Enfim, o colarinho  tem sua formação em uma grande quantidade de variantes, sofrendo efeito até do Ph do líquido.

Suas principais funções são o controle da liberação do gás na cerveja, facilitação no desprendimento correto do aroma, preservação da temperatura (pois evita o contato direto do líquido com o ar) e ainda assim, por completar a estética de um bom chope ou cerveja. Ele não requer de um tamanho fixo para todos os tipos de cerveja, mas para uma boa Pilsen 2,5cm é de muito bom grado, assim como 4,0cm não é nenhum exagero para um Weiss.




Algumas cervejas recebem a adição de Nitrogênio, como a Guinness e a Murphy's, pelo sistema de "Draughtflow", onde uma bolinha contida dentro da lata libera o gás durante sua abertura, formando um colarinho extremamente cremoso, denso e duradouro.





A má fama do colarinho é facilmente explicável pois, além de ocupar um valioso espaço no copo, ele é um cartão de visitas para o líquido que está por vir, assim como uma cerveja do tipo Stout apresentará deliciosos aromas de café, chocolate, etc; cervejas com presença de oxidação, tão comuns nas populares, terão suas propriedades refletidas na espuma de forma enfática, já que ela (espuma) não estará "estupidamente gelada" o suficiente para adormecer suas papilas e disfarçar seu sabor, desta forma evidenciando seus defeitos. O colarinho também acumula polifenóis derivados do lúpulo, estes acrescentam tons levemente mais amargos ao seu sabor, assim agredindo paladares menos desenvolvidos.

Tal como acontece com o vinho, o aroma da cerveja é parte fundamental da experiência de degustação assim, o colarinho sendo o dosador da emanação de aromas, tem função ímpar nesta etapa. Mestres Cervejeiros trata-o como creme, pois algumas cervejas possuem colarinhos com textura e sabor tão pronunciados, que poderiam ser degustados a parte, como uma pequena  e deliciosa sobremesa.  

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Degustação: Bernard Dark


A Cervejaria Bernard foi fundada em 1916, na pequena cidade de Humpolec, República Tcheca. Após uma forte crise, foi privatizada e revitalizada 1991 e hoje é comercializada em 26 países. A Bernard Dark é uma uma cerveja escura produzida com cinco tipos de malte. Sua fermentação dura de 7 a 10 dias e a maturação 40 dias.

Características:

Aparência: cor negra, média formação de creme e breve duração.

Aroma: malte caramelo torrado, toffee, leve lúpulo. Doce. 

Sabor: caramelo, lúpulo bem discreto, leve doce, corpo médio e carbonatação média.

Percepções pessoais:

Esta Tcheca vem 'vestida' para seduzir ao primeiro olhar. Sua luxuosa garrafa possui o sistema Flip Top de abertura, que  traz uma das mais legais formas de se abrir uma cerveja, além de poder ser fechada perfeitamente durante a degustação, mantendo o gás e aroma.

Seu aroma tem intensidade média e é dominado pelo malte torrado, o toffe é perceptível e o lúpulo fica em segundo plano, assim tendo uma característica mais doce. O sabor segue o aroma, ele tem corpo e carbonatação médios, textura levemente aguada e boa drinkability. O álcool é imperceptível e o retrogosto tem um leve e  agradável amargor . 

Ela está com perfeição para o estilo, mas diante de tanta apresentação espera-se algo mais surpreendente dentro da garrafa. Nota 7,5.  

Prêmios:


World Beer Awards 2010 - World's Best Dark Lager
2008 Tesco Drinks Awards - National Winner 'Lager'
2006 International Beer Challenge - Winner ‘Best Premium Lager'

Informações Adicionais:

Origem: República Tcheca.
Família: Lager.
Tipo: 
Schwarzbier .
Graduação Alcoólica: 5,1%
Temperatura ideal: 5 a 8º C.
Site: www.bernard.cz
Copo:  Taça, caldereta.
Preço médio: R$ 16,00 - 500ml
Custo benefício:  regular.