No árduo caminho que trilhamos para propagar a cultura cervejeira no Brasil, encontramos bebedores de todos os tipos, dos fanáticos aos céticos. Reuni neste post os exemplos mais recorrentes. Aposto que você conhece alguém que se enquadre em pelo menos uma das categorias abaixo. Ou até em mais de uma.
O sabe tudo
De todos, talvez seja o mais difícil de convencer a experimentar novos sabores. Ele é o cara que mais entende de cerveja na mesa, em qualquer mesa. Tente oferecer um outro estilo e, se ele não conhece ou não gosta, vai dizer que tal cerveja não combina com o nosso clima, é forte demais, pesada demais. Por outro lado, gosta de divulgar as técnicas que utiliza para deixar as pilsens com que está acostumado na temperatura ideal, isto é, quase congeladas. Desista.
O teimoso
É parecido com o sabe tudo, só que, em vez de qualquer uma supergelada, bebe apenas uma marca. Apareça com uma garrafa ou latinha diferente e ele vai achar que é uma ofensa pessoal. Se não tem a sua marca, ele prefere beber água. O que muitas vezes dá quase no mesmo. Não perca seu tempo.
O medroso
Mais inseguro, esse até se aventura por outros aromas e saboras, mas dá só uma bicadinha. Quando se surpreende, ainda que positivamente, recua e volta para o porto seguro dos rótulos mais familiares. Com um pouco mais de informação, porém, consegue romper a barreira psicológica e muitas vezes se torna um apreciador competente. Insista que ele cede.
O curioso
Esse é certamente a melhor cobaia, principalmente para quem está se iniciando no home brewing e precisa testar suas fórmulas. Prova de tudo e não reclama de nada. O problema é que o faz sem critério e suas avaliações acabam não servindo para muita coisa. Também precisa de informação, mas sua boa vontade lhe dá o potencial de se tornar um profundo conhecedor e um exímio degustador. Invista.
O aprendiz
Vou me incluir nessa categoria: a dos caras que um dia se apaixonaram pela riqueza da cerveja e estão descobrindo um mundo de possibilidades. Ainda erra numa ou noutra avaliação, mas estuda sempre que pode. Já começa a perceber aromas e sabores comuns a determinados estilos, sabe interpretar os rótulos e conhece o processo cervejeiro. Mas precisa de treinos sensoriais. Deêm-lhe cerveja que ele vai longe.
O mestre
Esse conhece a fundo o produto. Identifica aromas que os pobres mortais deixariam passar literalmente debaixo de seus narizes. Discorre com autoridade sobre o assunto, conduz degustações e sugere harmonizações. Muitas vezes se aventura pelo home brewing e normalmente se dá bem. É um apaixonado, dedicado ao que faz e, por isso mesmo, responsável pela educação cervejeira dos tipos citados acima.
O profissional
Trabalha ou já trabalhou na indústria. Domina o ofício e as artes de produção, degustação e harmonização. Identifica na hora os eventuais defeitos de um líquido. Presta consultoria, dá palestras e ajuda a desenvolver novos produtos. Assim, também é responsável por levar a bebida a um patamar mais sofisticado no mercado nacional. Até porque é um dos principais interessados nisso. Se cruzar com um, absorva o máximo de conhecimento que puder. De preferência com cervejas para acompanhar o papo.
*Post originalmente publicado no blog da Sociedade Baden Baden em 12 de setembro de 2008
Olá Erik, beleza?!
ResponderExcluirPost de muito bom gosto, construtivo e um tanto engraçado...
Eu me incluo na categoria dos Aprendizes, mas confesso que às vezes migro para a dos Curiosos...ahahaha...xD
Beijos!